27 de mai. de 2011

EUA alertam para falta de segurança de prótese de quadril

A segurança das próteses metálicas de quadril está sendo questionada por instituições como a Associação Britânica de Ortopedia e a FDA, agência que regula os produtos de saúde dos EUA.


Estudos indicam que essas próteses soltam uma quantidade de resíduos metálicos potencialmente perigosa para a saúde.

"As minúsculas partículas soltas pelo desgaste do material podem causar efeitos locais e sistêmicos [que afetam o corpo todo]", diz o ortopedista Luiz Marcelino Gomes, presidente da Sociedade Brasileira de Quadril.

Como efeitos locais, segundo o médico, os resíduos de cromo e cobalto (material das próteses) podem provocar uma reação alérgica nos tecidos ao redor do implante, causando dores, falsos tumores (sem células cancerosas) e até destruição óssea.

Os efeitos generalizados estão relacionados à toxicidade dos metais. "Eles podem afetar a função renal em pessoas predispostas, por exemplo", diz Gomes.

O risco de câncer associado a esses materiais está sendo discutido, mas ainda não foi comprovado.

Segundo o ortopedista Emerson Honda, do hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo, os níveis de metal no sangue das pessoas que usam essas próteses são 20 vezes mais altos do que os considerados normais.

Outros tipos de prótese, feitas com polieteno (material plástico) ou cerâmica, levam uma capa de metal. Elas também soltam resíduos, mas em concentrações menores.



CONTROLE
Nos Estados Unidos, a FDA pediu para que todos os fabricantes de próteses metálicas de quadril apresentem mais estudos sobre a segurança do implante ao longo do tempo.

Aqui, o acompanhamento das próteses e o monitoramento da sua qualidade devem começar a ser feitos agora, segundo a Anvisa.

Em parceria com a Sociedade Brasileira de Quadril, a agência iniciou o registro nacional de artoplastia [cirurgia do quadril], para seguir a evolução dos pacientes.

No Brasil, são colocadas por ano cerca de 30 mil próteses, de todos os materiais, contra 250 mil nos EUA.

Os tipos mais usados são os implantes com polieteno, que têm a desvantagem de durarem menos tempo, e os de cerâmica, que duram mais, mas podem quebrar.

"Não existe prótese que seja o substituto ideal do osso", afirma o ortopedista Moisés Cohen, presidente da Isakos (Sociedade Internacional de Artroscopia, Cirurgia do Joelho e Medicina Esportiva Ortopédica).

Para Cohen, os implantes feitos totalmente de metal podem ser uma opção para os mais jovens. "Essas prótesestêm uma estabilidade que permite a prática de atividades de maior impacto."

O problema é que, quanto mais mais jovem o paciente, mais tempo as substâncias tóxicas circulam em seu organismo. "Ainda não sabemos quais são as consequências a longo prazo que os resíduos metálicos podem causar", diz Honda.

Na avaliação do ortopedista Lafayette Lage, especializado em próteses de quadril para atletas, o problema não está no material, mas sim na técnica cirúrgica. "Se a prótese é colocada com inclinação errada, vai ter liberação de metais. Por erro de colocação, esse material está sendo crucificado."

Dr. Daniel D´Attilio
Texto Retirado do Site Folha.com

22 de mai. de 2011

Sem se livrar das dores, Luis Fabiano pede e Tricolor opta por cirurgia


Atacante é operado para raspagem em tendão do joelho direito. Desde que chegou ao São Paulo, em março, o Fabuloso vinha sofrendo com a fibrose.


Contratado no fim de março, o atacante Luis Fabiano ainda nem reestreou pelo São Paulo e soube nesta sexta-feira que vai demorar mais um tempo para vestir novamente a camisa do Tricolor. Sem conseguir se livrar das dores atrás do joelho direito, o jogador cansou de esperar pela melhora com o tratamento convencional e foi operado na tarde desta sexta-feira pelo médico Rene Abdalla no Hospítal do Coração, localizado no Paraíso, Zona Sul da Capital paulista.
O problema de Luis Fabiano ainda é decorrente de quando ele estava na Espanha, defendendo o Sevilla, e rompeu - dia 6 de março - o tendão do músculo semitendineo, que vai do posterior da coxa ao joelho. O Fabuloso convive diariamente com as dores, classificadas de “insuportáveis” por ele mesmo, por conta de uma fibrose no local, decorrente da cicatrização. Quando faz esforço, a fibrose sangra e provoca a dor, refletida atrás do joelho.
Quando foi contratado, Luis Fabiano tinha a expectativa de estrear no dia 27 de abril, contra o Goiás, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Depois, sempre por conta das dores, a previsão passou para 4 de maio, no duelo com o Avaí pelas quartas de final da mesma competição. De novo, retorno adiado. Naquela ocasião, o médico José Sanchez já começou a cogitar a hipóteses de uma intervenção cirúrgica para fazer uma raspagem no local. A ideia seria esperar 20 dias.
O atacante treinou em campo normalmente na segunda e na terça-feira, no CT da Barra Funda. Otimista, a comissão técnica planejava marcar sua volta aos campos para o jogo com o Figueirense, dia 28 de maio no Morumbi, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro. Porém, após os trabalhos de quarta e quinta, ele reclamou novamente de dores no local. Nesta sexta, após novo exame, o jogador não aguentou mais esperar, procurou o departamento médico e disse que as partes deveriam pensar na cirurgia. A palavra final, no entanto, foi do médico Rene Abdala, que operou o Fabuloso. O procedimento cirúrgico durou 40 minutos.
- A cirurgia foi ótima, solucionou a lesão e a recuperação dependerá da evolução diária do jogador - disse Abdala.
- Ele se sentiu muito bem no início da semana, mas terminou os treinos de quarta e quinta reclamando de dor. Hoje, acordou bem e apesar de fazer todos os movimentos e sabermos que isso poderia evoluir bem, ele pediu para adotarmos a solução mais rápida. Decidimos então por fazer uma limpeza cirúrgica - explicou o médico são-paulino José Sanchez.

José Sanchez disse que não houve erro por parte dos departamentos médicos do Sevilla-ESP, que optou pelo tratamento convencional no início, e do São Paulo, que deu sequência ao que estava sendo feito.
- Essa lesão não é grave, mas é muito rara. Em 26 anos no São Paulo, nunca peguei um caso como esse. Conversei com colegas, procuramos opiniões. Como não tínhamos experiência nesse problema antes, resolvemos optar pela recuperação clínica. No entanto, as coisas não evoluíram como esperávamos. Mas não temos nada a reclamar do Sevilla - ressaltou.
A operação e o prazo de recuperação
Na cirurgia, comandada pelo especialista Rene Abdala no Hospital do Coração, o músculo semitendineo foi ligado ao semimembranoso para evitar que o problema se repita.
O médico do clube, José Sanchez, prefere não falar em um novo prazo. Em três semanas, o jogador será reavaliado e, aí sim, o departamento deve ter um quadro mais claro da situação. Ele terá alta neste sábado, ficará em repouso absoluto em casa e, na segunda, iniciará tratamento no Reffis. Nas próximas duas semanas, ele terá auxílio de muletas e não poderá encostar o pé no chão. Na terceira semana, o camisa 9 começará a fisioterapia.
- Daqui a três semanas vamos marcar uma nova conversa com vocês e vamos colocar a evolução até essa data e dizer quando ele voltará. Decidimos fazer assim para não causar ansiedade nele - explicou Sanchez.
Dr. Daniel D´Attilio
Texto Retirado do Site GloboEsporte.Globo.com

20 de mai. de 2011

Paraplégico anda após receber implante

Experiência com estimulação elétrica da espinha traz esperança a pacientes paralisados.

Após Rob Summers ficar paraplégico por conta de uma acidente de carro em 2006, seus médicos lhe disseram que jamais andariam de novo. Eles estavam errados.

Em 2009, o americano de 25 anos se submeteu à implantação de um estimulador elétrico em sua medula espinhal para tentar “acordar” seu sistema nervoso danificado. Depois de alguns dias, Summers conseguia se manter em pé sem precisar de ajuda. Meses depois, mexia os dedos do pé, os joelhos, tornozelo e quadris, e conseguia dar alguns passos em uma esteira.

“Foi a sensação mais inacreditável,” afirmou. “Depois de não poder se mexer por quatro anos, eu pensei que as coisas finalmente iam mudar”.

Apesar desse otimismo, Summers só fica em pé durantes suas sessões de duas horas diárias de fisioterapia, quando o estimulador é ligado, e para o dia-a-dia, continua em uma cadeira de rodas. Os médicos estão limitando o uso do dispositivo a algumas horas por dia.

Seu caso está descrito em um estudo publicado esta semana pelo periódico médico The Lancet. A pesquisa foi financiada pelo Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos e pela Fundação Christopher e Dana Reeves.

Por anos, algumas pessoas com lesões na medula espinhal, que ainda retêm algum controle sobre seus membros, têm sentido melhoras após experimentos para estimular eletricamente seus músculos. Mas um progresso como o de Summers, após um dano tão grande à medula, era inédito até então.

“Não é um cura completa, mas pode ajudar alguns pacientes”, afirmou Gregoire Courtine, chefe do departamente de neuroreabilitação experimental da Universidade de Zurique, que não esteve associado ao estudo. Courtine ressaltou que a recuperação de Summers não implicou em mudanças em sua rotina, e que mais pesquisas seriam necessárias para chegar a uma mudança real na vida de paraplégicos e tetraplégicos.

O estimulador elétrico usado em Summers é normalmente usado para alívio de dores, e pode custar até 20 mil dólares. Ele foi implantado em uma região mais baixa que o de costume, na parte inferior de suas vértebras. “Ele manda um sinal elétrico genérico para a medula, para levantar ou andar”, afirmou Susan Harkena, principal autora do estudo.

Kakema e sua equipe ficaram surpresos em ver que o paciente conseguia voluntariamente mexer as pernas. “Isso mostra que conseguimos alcançar os circuitos do sistema nervoso, o que abre um novo caminho para tratar paralisia”, disse. Ela acrescentou que alguns remédios também ajudaram o processo de recuperação.

Para John McDonald, diretor do Centro Internacional de Ferimentos na Medula Espinhal, no Instituto
Kennedy Krieger, em Baltimore, a estratégia pode ser adotada em 10 a 15% de seus pacientes paraplégicos que podem ser beneficiados. “Vamos fazer isso em nossos pacientes, sem dúvida”.

Para Summers, suas duas horas andando são apenas o começo: “Meu objetivo é andar e correr novamente. Acredito que tudo é possível e que eu vou sair da minha cadeira de rodas algum dia”.

Dr. Daniel D´Attilio
Texto Retirado do Site Ig.com.br/Ciência

17 de mai. de 2011

Postura e descanso são importantes para evitar lesões por repetição (LER)


O corpo humano não foi projetado para muitas das atividades que hoje pertencem à nossa rotina. Ficar sentado diante do computador durante horas, todos os dias, pode causar dores, dificuldades de movimentação e formigamento nos dedos.
Esses e outros sintomas estão ligados à LER (lesão por esforço repetitivo). A LER não é uma doença propriamente dita, mas engloba todos os problemas nos ossos e músculos que tenham origem em atividades repetitivas. Normalmente, o mal está ligado ao trabalho, mas isso não é regra.


As lesões são mais recorrentes em pessoas que digitam muito ou apertam mouse, atendem e transferem telefonemas ou fazem fotocópias. Em casa, os serviços domésticos também desencadeiam problemas, por isso é preciso segurar corretamente panelas e vassouras.
A lesão mais comum é a tendinite, uma inflamação nos tendões. Outras recorrentes são a síndrome do túnel do carpo, a tendinite de Quervain, o dedo em gatilho e o cotovelo de tenista (veja na arte acima).


Três aspectos são fundamentais para reduzir os riscos: é preciso fazer pausas durante qualquer atividade e saber respeitar os limites do corpo; a altura e a posição dos aparelhos precisa estar adaptada à pessoa; e é necessário ter atenção com a postura.

Em qualquer atividade que se faça, é importante usar todo o corpo. Pense no movimento que você realiza, por exemplo, quando se abaixa para pegar um objeto pesado no chão – o ideal é dobrar os joelhos e usar as duas mãos. Esse tipo de raciocínio serve para todos os trabalhos braçais.
No caso do computador, em que a LER é comum, o que se deve observar é a posição dos objetos. A cadeira e a mesa devem ficar na altura que proporcione maior naturalidade e conforto a quem estiver sentado.
A posição mais recomendada do monitor é à altura dos olhos, para evitar que a pessoa abaixe a cabeça e force o pescoço. Para usar o teclado e o mouse, o ideal é que o cotovelo forme um ângulo de 90 graus. Os dois pés devem ficar apoiados no chão e, se a máquina for compartilhada por indivíduos de alturas diferentes, o uso de almofadas pode resolver o problema.
Dr. Daniel D´Attilio
Texto retirado do site Globo.com/BemEstar

Estudante paraplégico 'anda' em formatura usando exoesqueleto


Um estudante paraplégico americano conseguiu andar em sua formatura com a ajuda de um exoesqueleto desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Berkeley, onde ele estudou. Diante de uma plateia de 15 mil pessoas, Austin Whitney usou um controle em um andador para acionar o exoesqueleto amarrado às suas pernas e dar os tão esperados sete passos para receber o diploma em Ciência Política e História.
"Foi realmente além dos meus sonhos mais incríveis", disse Whitney. "No segundo em que eu apertei o botão e me levantei, eu fui inundado por uma série de emoções".
Ele descreveu como os altos e baixos de sua vida passaram por sua mente enquanto ele andava, desde o momento em que ficou paraplégico quatro anos atrás em um acidente de carro até o dia em que ele descobriu que havia sido aceito pela Universidade de Berkeley. "Foi realmente impressionante", disse.
O exoesqueleto que ajudou Whitney a andar depois de anos foi desenvolvido por uma equipe de alunos de pós-graduação liderada pelo professor de engenharia mecânica Homayoon Kazerooni. Austin Whitney trabalhou com a equipe durante meses, testando a estrutura robótica e dizendo o que funcionava e o que precisava de ajustes. Em homenagem a ele, o exoesqueleto foi batizado de "Austin".
Tecnologia militar
A tecnologia que ajudou Whitney a andar começou a ser criada em 2002, quando Kazerooni recebeu um financiamento do Departamento de Defesa americano para inventar um aparato que permitisse que pessoas carregassem enormes cargas por longos períodos.

Segundo o departamento de imprensa da universidade, a ideia na época era ajudar pessoas como médicos militares carregando um soldado ferido ou bombeiros que precisam subir escadas com equipamento pesado.
Quatro anos depois, foi criado o Bleex (Berkeley Lower Extremity Exoskeleton). O dispositivo tem uma mochila que se conecta às pernas da pessoa e usa sua própria fonte de energia para movê-las sem colocar pressão desnecessária sobre os músculos.
Mas o professor tinha planos mais ambiciosos para o exoesqueleto: ajudar pessoas que não podem andar.
Acidente
O acidente que colocou Whitney em uma cadeira de rodas aconteceu no dia 21 de julho de 2007, quando ele assumiu a direção do carro após ter consumido bebidas alcoólicas. Seu melhor amigo quase morreu e Whitney quebrou a coluna e ficou paraplégico.

"Foi minha culpa", disse.
"Eu fiquei com muita raiva de mim mesmo, mas percebi que tinha duas escolhas: eu podia viver no passado e me encher de pena ou enfrentar a adversidade na minha vida e impedir que isso enterrasse meu objetivos, sonhos e aspirações".
Após entrar para a universidade, Whitney passou a dar palestras para estudantes sobre os perigos de beber e dirigir. Ele também disse esperar que o sucesso da caminhada em sua formatura dê esperanças a outros paraplégicos de que eles um dia possam contar com máquinas de preço acessível que os ajudem a recuperar alguma mobilidade.
"Esta tecnologia pode ser usada por um grande número de pessoas e esta é nossa missão", disse Kazerooni. "Estamos dizendo à comunidade que isso é possível. Este é apenas o começo de nosso trabalho."
Dr. Daniel D´Attilio
Texto Retirado do Site Terra.com.br/Ciência

10 de mai. de 2011

Frango com salada não é sempre a opção mais saudável do cardápio

O Programa Bem Estar, da Rede Globo apresentou sugestões de refeições nutritivas.

Não existe um alimento que seja mais saudável que o outro, é tudo uma questão de equilíbrio. O filé de frango tem menos calorias que o bovino – 150 contra 269 para os mesmos 100 gramas –, mas é pobre em ferro. O Bem Estar desta quinta-feira (5) trouxe o nutrólogo Eric Slywitch e a pediatra Ana Escobar, consultora do programa, para discutir o assunto.

Eles apresentaram quatro refeições bem nutritivas, que englobam os principais grupos de alimentos: frango com polenta, macarrão à bolonhesa, arroz com peixe (veja a receita da sardinha escabeche no fim do texto) e sanduíche de ovo. Além desses pratos, você confere o de milho com lentilha.


Um levantamento do Ministério da Saúde mostra que a participação das carnes na alimentação dos brasileiros cresceu 50%. Somente os embutidos, como a salsicha, tiveram um aumento de 300% no consumo.

O Bem Estar foi às ruas e viu na prática como as pessoas gostam de carne. O repórter Renato Biazzi visitou uma churrascaria de São Paulo e propôs que os clientes trocassem algumas das carnes por lentilha ou feijão. Mas ninguém resistiu à tentação do churrasco.

Esse crescimento da demanda requer atenção. O ideal é limpar bem as carnes antes do preparo e optar pelas menos gordurosas. É na gordura que mora o grande perigo, pois ela eleva o risco cardíaco e a obesidade. Por isso, o governo recomenda um consumo diário moderado: um bife bovino ou outra proteína grelhada com 64 gramas, ou o tamanho da palma da mão.

Eric Slywitch ressaltou que é um engano pensar que carne não engorda porque se trata de proteína. O indivíduo pode ganhar peso, sim, e desenvolver problemas graves de saúde se abusar. Pelo acúmulo de gordura, podem aumentar as chances de doenças no fígado, câncer de cólon e reto.

Isso só ocorre, porém, se o consumo for exagerado. Na medida certa, a carne é uma boa fonte de nutrientes. Além de rica em ferro, é a principal origem de vitamina B12, presente ainda em leite e ovos. Essas duas substâncias são importantes para a produção de hemácias, células que transportam oxigênio e compostos pelo sangue. A deficiência delas, portanto, pode levar à anemia.

No caso dos vegetarianos, é importante consultar um médico ou nutricionista para garantir a substituição adequada dos alimentos e não ter riscos à saúde. Quanto mais restrita for a alimentação, isto é, se exclui carnes, leite e derivados e/ou ovos, mais importante é essa orientação.

Banana
O Bem Estar desta quinta também falou sobre a banana. A fruta é rica em energia e ajuda no controle de funções importantes do corpo, como pressão arterial e intestino. Além disso, é rica em potássio, nutriente importante para os músculos e batimentos cardíacos. Outra vantagem da fruta é a presença da vitamina B6, essencial à produção de serotonina, substância que contribui para que o cérebro relaxe.


Dr. Daniel D´Attilio
Texto Retirado do Site Globo.com/BemEstar

5 de mai. de 2011

Maioria ignora médico e sofre lesão ao malhar

Em SP, 90% das pessoas não passam por avaliação antes de iniciar um treino e por isso se machucam.

Para começar a frequentar a academia não basta encontrar tempo, ter força de vontade e comprar um bom par de tênis. Fazer uma avaliação médica completa é essencial para prevenir acidentes e lesões, mas o procedimento é deixado de lado por 90% dos atletas iniciantes de São Paulo. Esse é o resultado de um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo com base nos pacientes atendidos em 2010 pelo Ambulatório Médico Esportivo do Hospital Estadual Ipiranga, na zona sul da capital.

Responsável pela pesquisa, o médico do esporte Ricardo Galotti conta que já esperava que esse número fosse alto, mas se surpreendeu com o índice de 90%. Ele reuniu informações de atletas e iniciantes colhidas no próprio ambulatório, no qual atua como coordenador, e também em eventos esportivos. "É uma questão cultural. As pessoas não costumam ir ao médico quando não estão doentes. Além disso, muitas academias não exigem atestado médico. A pessoa faz a matrícula e começa a se exercitar."

Participaram do levantamento 700 pacientes atendidos no ambulatório em 2010, dos quais 60% praticavam futebol, 20% atletismo, 10% artes marciais e outros 10% praticavam modalidades diversas, como voleibol, skate e surfe. "Se uma pessoa com patologias cardíacas praticar um esporte que exija muito esforço, é possível ter complicações que podem levá-la à morte. As patologias ortopédicas também podem piorar com uma atividade física inapropriada", explica Galotti.

De acordo com o médico Jomar Souza, especialista em medicina do esporte e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBME), os exames ‘pré-malhação’ têm duas funções essenciais: prever se determinado exercício poderia colocar a vida da pessoa em risco e verificar se o futuro esportista é vulnerável a lesões ósseas e musculares, no caso de ele ter problemas de postura ou de flexibilidade.

"Se pensarmos na atividade física como um remédio, fica fácil perceber que a dosagem inadequada pode ter efeitos colaterais nocivos, por isso é importante fazer uma avaliação para saber qual é a melhor atividade", diz Souza.

De acordo com a educadora física Regina Bento Oliveira, coordenadora técnica de uma rede de academias da cidade, o maior risco para quem não faz o exame médico antes de começar um exercício são as chamadas doenças silenciosas. "O problema são doenças como hipertensão e diabete, que podem aparecer tanto em crianças de 12 anos de idade como em pessoas adultas que não têm nem histórico familiar", explica. Galotti completa que é muito comum uma doença cardíaca começar a se manifestar durante os exercícios, sem que isso nunca tenha acontecido antes.

Sem orientação. No caso da historiadora Bianca Rios, de 26 anos, que começou a fazer musculação, aeróbica e esteira há duas semanas, a consulta ao médico foi deliberadamente evitada. "Na verdade, eu nem posso fazer academia, pois tenho duas hérnias de disco. Mas, como quero ficar em forma, comecei assim mesmo e até agora estou gostando", admite. Ela contou ao instrutor sobre seu problema e diz que ele está evitando indicar exercícios que comprometam a região lombar.

"Não fui ao médico porque sabia que ele não iria liberar os exercícios. Além disso, é muito difícil conseguir consulta pelo meu convênio", garante a historiadora. No último mês ela está arriscando até mesmo alguns exercícios na plataforma Wii Fit (jogos de videogame que simulam exercícios físicos).

Joelhos são as áreas mais frágeis. Uma boa avaliação médica pré-exercício engloba exames cardiovasculares, exames de sangue e testes ortopédicos. Para o médico do esporte Jomar Souza, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBME), essa avaliação ajuda o instrutor da academia a desenvolver um plano de exercícios personalizado e adequado.

"A pessoa já vai chegar à academia com algumas orientações sobre o que pode e o que não pode ser feito.

Os exames mostram qual é seu perfil corporal, sua flexibilidade", explica. A educadora física Regina Bento Oliveira acredita que o trabalho em conjunto entre o médico e o instrutor beneficia muito o aluno. "É importante que ele traga um exame atualizado para eu saber em que pontos posso forçar e direcionar o treino", acredita.

Segundo Regina, geralmente existe uma falta de comunicação entre os profissionais relacionados às atividades físicas. "Quando tenho alguma aluna com um problema, sempre pego o telefone do médico e entro em contato. Deve ser um trabalho multidisciplinar", avalia.

De acordo com o estudo realizado pela Secretaria de Estado da Saúde, 70% das lesões ocorridas durante o exercício acometem o joelho do praticante, mas há outros alvos fáceis. "Tendinites, lesões nos ligamentos e dores na coluna também são muito comuns", enumera o médico do esporte Ricardo Galotti, diretor do Ambulatório Médico Esportivo do Hospital Estadual Ipiranga e autor do levantamento.

Segundo Galotti, ocorrências cardiovasculares, embora sejam mais graves, ocorrem com muito menos frequência durante a prática de exercícios físicos. A avaliação física pode ser feita por um médico do esporte, um ortopedista, um cardiologista ou mesmo um pediatra, no caso das crianças.

Para os médicos da área esportiva, a maioria das pessoas, mesmo as que têm lesões como a de Bianca, pode fazer alguma atividade física. "A quantidade de patologias que impedem totalmente a atividade física é baixíssima. A gente sempre encontra uma atividade adequada a cada pessoa e, se ela faz questão de fazer determinada modalidade, passamos orientações sobre como deve praticá-la para não agravar seus problemas", diz Souza.


COM CUIDADO
link Exercícios, quando orientados, são benéficos para a saúde. A Organização Mundial de Saúde indica 150 minutos por semana

link Se essa recomendação fosse seguida, cerca de 25% dos casos de câncer de mama e de cólon poderiam ser evitados, segundo dados da União Internacional para o Controle de Câncer

link Exercícios também ajudam a manter o peso saudável e a controlar diabete e hipertensão

Dr. Daniel D´Attilio
Fisioterapeuta

 
As informações deste blog tem objetivo de informar e propagar o conhecimento. Não estão aqui em caráter de consulta, tampouco substituem a consulta médica ou fisioterapêutica. Os profissionais de saúde são os únicos indicados para avaliar e traçar a conduta necessária caso a caso. Se estiver com algum problema, procure um profissional de saúde.