29 de mar. de 2011

Novo gel para implantes ósseos tem menos chances de rejeição

Um novo gel criado por pesquisadores da Unicamp pode ser uma solução mais eficaz para o preenchimento ósseo, em pequenas fraturas e implantes dentários.

Diferente da maioria dos materiais usados nesses procedimentos, o hidrogel desenvolvido pelo Instituto de Química da universidade tem uma composição semelhante à do osso.

É formado por elementos inorgânicos e orgânicos, o que diminui as chances de o corpo rejeitar o implante.

Essa eficácia foi comprovada em sete testes in vitro, nos quais células ósseas aderiram ao material. Os testes também não mostraram que o hidrogel era tóxico.

A química Geovanna Pires, que desenvolveu o produto, criou um composto formado por hidroxiapatita, material que dá rigidez à substância, e por quitosana, componente orgânico similar ao colágeno do osso.

"Enquanto o hidrogel é absorvido pelo organismo, o osso vai ocupando o espaço e se recompondo", diz Pires, que trabalhou quatro anos nesse projeto.

A textura do hidrogel permite que ele seja moldado e cortado pelos médicos exatamente do tamanho do local em que houve a lesão. "O médico só preenche o buraco, o organismo faz o resto."

Outros materiais usados nessas operações, como pós, grânulos, blocos ou pastas de fosfato de cálcio e colágeno não apresentam todas essas vantagens.

O pó e o grânulo podem não se fixar e acabar se espalhando pelo corpo. Já a pasta não apresenta a porosidade do hidrogel, o que dificulta o transporte de células entre osso e enxerto.



IMPLANTE
Para o cirurgião dentista Felipe Arcas, consultor da Associação Brasileira de Odontologia, é a possibilidade de manipulação do hidrogel a sua maior vantagem.

"Ele vai poder ser trabalhado pelo próprio cirurgião na hora de operar", diz.

Segundo Arcas, o material poderia substituir também o uso de ossos do próprio paciente em operações de implante dentário.

Nesses casos, a perda de um dente geralmente causa a retração do osso na região. E o cirurgião tem de repor o que foi perdido para fixar os parafusos do implante.

"Seriam duas operações, uma para a retirada do osso e outra para colocá-lo. O hidrogel pouparia esse tempo."

Pouparia também lesões, na opinião de Maurício Kfuri Junior, presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico. "Ao retirarmos parte do osso, lesionamos uma área que antes não tinha nada", afirma o ortopedista.

A técnica, porém, não pode ser usada em qualquer tipo de cirurgia, como ressalva a química Inez Valéria Yoshida, orientadora do estudo.

"Por ser um hidrogel, ele só é conveniente quando não há pressão sobre o osso."

Caso contrário, o peso e o movimento dos membros causariam desgaste do material, daí a indicação principal ser para fraturas na face.

Os pesquisadores aguardam agora os testes em animais e em pessoas. Pires calcula que em seis anos o gel já poderá ser comercializado.

Dr. Daniel D´Attilio
Texto Retirado do Site Folha.com

18 de mar. de 2011

Estudo desfaz associações entre exercício e lesão no joelho

Exercícios são bons para quase tudo, mas não para os joelhos --mostram algumas pesquisas e a ala de ortopedia de qualquer hospital.

Agora, uma revisão de estudos publicada em um periódico científico diz que atividade física não só não prejudica o joelho, mas ajuda a mantê-lo saudável.

Pesquisadores da Monash University, em Melbourne, Austrália, revisaram 28 estudos sobre atividade física e artrose no joelho --doença degenerativa que provoca o desgaste da cartilagem.

Ao todo, as pesquisas envolveram 10 mil pessoas, com idades entre 45 e 79 anos, e analisaram os efeitos no joelho de atividades como corrida e futebol. A conclusão surpreendente da revisão saiu no "Medicine & Science in Sports & Exercise".

A artrose é a lesão do joelho mais comum em idosos, mas problemas mais frequentes em jovens, como ruptura de ligamentos e do menisco, costumam causar esse desgaste no futuro.

Entre as causas que predispõem o joelho a lesões estão os esportes de alto impacto, principalmente se feitos sem orientação.

O objetivo do estudo era achar uma resposta mais clara sobre o tema, que gera pesquisas contraditórias. A conclusão dos pesquisadores é que a atividade física não leva à artrose. Ela aumenta o volume da cartilagem, protegendo o joelho.

Para Ricardo Cury, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho, a revisão é relevante por não haver consenso na literatura. "Esclarece dúvidas e confirma o benefício do exercício."

Já Arnaldo Hernandez, chefe de Medicina do Esporte e Cirurgia do Joelho do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas, critica o fato de a revisão só ter considerado o risco de artrose. "É uma limitação. Outros problemas como tendinites, lesões de menisco e ligamentos acontecem."


BICO-DE-PAPAGAIO
Outra conclusão é que o bico-de-papagaio, formação óssea anormal causada por esforço, é uma resposta saudável do corpo ao estímulo, e não evidência de artrose.

Para Cury, esse é um "achado" da revisão. Segundo o ortopedista, essa formação é vista como um dos sinais da presença de artrose.

"O estudo mostra que essa formação é uma reação adaptativa do corpo e que pode até aumentar a superfície de impacto e distribuir a pressão que o joelho recebe."

A relação entre exercícios e joelho tem dois lados, diz Cury. "A atividade física pode proteger, ao fortalecer musculatura que envolve a articulação." Mas, acrescenta, também pode provocar lesões, dores e inchaço.

Alguns exercícios expõem mais o joelho a lesões, caso do legpress. "Mas a mesa extensora é ainda pior. Pode agravar um problema em quem tem predisposição", diz Hernandez.

Outros tipos perigosos de movimento são o agachamento até o chão, algumas posturas de ioga, o futebol, por causa das trombadas e dos dribles, e a corrida sem orientação técnica.

Mas, lembra Cury, qualquer atividade física fortalece e traz ganhos para o corpo.

Dr. Daniel D´Attilio
Texto retirado do site Folha.com

11 de mar. de 2011

Testes genéticos prometem prever talento para esportes

Seu filho nasceu para ser um atleta de elite? Vendedores de testes genéticos nos Estados Unidos afirmam que a resposta está em exames feitos pelo correio, por menos de US$ 200 (R$ 332).

Alguns clientes dizem que os resultados ajudam a conduzir os filhos para os esportes certos. Mas médicos afirmam que os testes colocam os lucros à frente da ciência.

Pesquisadores já identificaram vários genes que podem determinar força, velocidade e outros aspectos da performance atlética.

Mas é possível que haja mais centenas de genes relacionados, além das experiências que determinam as habilidades atléticas, afirma Alison Brooks, especialista em medicina do esporte na Universidade de Wisconsin.

Brooks escreveu um comentário sobre o assunto na revista "Jama", da Associação Médica Americana.

Bradley Marston, de Bountiful, Utah, comprou um teste pela internet há um ano para sua filha Elizabeth, 10.

Como ela joga futebol "muito bem", Marston queria saber se ela tinha uma variação do gene ACTN3, ligado à produção de uma proteína que atua nos músculos.

Uma forma desse gene foi ligada a explosões de força necessárias para atividades como corrida curta e levantamento de peso.

O teste de Elizabeth mostrou que ela tem o gene para explosão muscular. Seu pai espera que esse resultado a ajude a ganhar uma bolsa de estudos para a faculdade.

Mas, para o especialista em genética Stephen Roth, da Universidade de Maryland, a ciência de como genes influenciam habilidades atléticas está em fase inicial, e as promessas das fabricantes de testes estão baseadas em "suposições imprecisas".

Lainie Friedman Ross, especialista em ética médica da Universidade de Chicago, alerta que as crianças podem não entender os resultados dos exames. "Isso é genética recreativa, com pontencial para causar danos", diz Ross.

Dr. Daniel D´Attilio
Texto Retirado do Site Folha.com

4 de mar. de 2011

ALONGAMENTO - Mito ou Verdade

Muitas pessoas hoje em dia têm o velho hábito de, ao praticar alguma atividade física (seja ela para fins competitivos ou recreacionais), fazer exercícios de alongamento antes de fazer o aquecimento. Ou até mesmo esquecem de se alongar.

Na literatura científica não há nenhum estudo que comprove que a falta de alongamento possa prejudicar o individuo praticante de alguma atividade física. Mas, o que se sabe é que um bom alongamento é fundamental para: relaxar a musculatura, diminuir o tônus muscular, prevenir lesões (principalmente por esforços repetitivos, como no caso da corrida) e melhorar a amplitude articular. Para muitos esportes uma boa amplitude articular é fundamental.

Efeitos do alongamento:
- Redução de tensões musculares;
- Relaxamento;
- Benefícios para a coordenação, pois os movimentos se tornam mais soltos e fáceis;
- Aumento do arco de maleabilidade;
- Prevenção de lesões;
- Facilita atividades de desgaste, como por exemplo corrida, tênis, natação, ciclismo etc;
- Desenvolve a consciência corporal, à medida que a pessoa focaliza a parte do corpo que esta sendo alongada;
- Ativa a circulação;
- Ajuda no aquecimento, à medida que eleva a temperatura do corpo;
- Ajuda a liberar os movimentos bloqueados por tensões emocionais

Quando o individuo está "frio", ou seja, não fez nenhum trabalho aeróbio ou movimentos articulares envolvendo grandes grupos musculares, sua musculatura não está suficientemente preparada para sofrer uma mudança de plasticidade muscular, quero dizer, suas fibras musculares não estão prontas para submeter-se a um estado de elasticidade. Isso acontece devido à baixa temperatura corporal, e à falta de uma maior lubrificação articular, envolvendo os tendões, bursas, cápsulas articulares e ligamentos.

Um período breve de atividade física aeróbia (exercícios físicos contínuos e com baixa intensidade, Freqüência Cardíaca entre 65% a 85% da Freqüência Cardíaca máxima), de pelo menos 5 minutos, é suficiente para aumentar a temperatura corporal, elevando assim a Freqüência Cardíaca, aumentando a oferta de líquido sinovial (líquido responsável pela lubrificação articular) e aquecendo a musculatura.
Após esse período breve de aquecimento, a musculatura já está pronta para os exercícios de alongamento. Cada exercício de alongamento deve ser observado com detalhes, pois um exercício mau feito pode prejudicar a saúde física do indivíduo.

Ao fazer os exercícios de alongamento é preciso fazer um check list da sua postura. Deve-se observar todo o posicionamento do seu corpo para que o exercício possa realmente ser eficaz, caso contrário os resultados não serão satisfatórios.

Outra coisa a se observar é o tempo de permanência na postura do exercício. Depois de feito o check list da sua postura e sentir o efeito do alongamento na musculatura desejada, aí sim você deverá iniciar a contagem de tempo, permanecendo na postura do exercício. Estudos mostram que o tempo mínimo para se obter uma mudança na plasticidade muscular é de 15 segundos, podendo chegar até 30 segundos.

Antes de iniciar a sessão de alongamento é preciso observar quais grupos musculares são solicitados para aquele determinado esporte ou exercício físico. Caso você tenha dúvida consulte um profissional de educação física. Uma dica é tentar se lembrar dos primeiros dias em que você começou a prática da atividade física em questão. Aquela leve dor na musculatura, que você sentiu no dia seguinte, indica a musculatura que deve receber maior atenção na hora de se alongar, mas sem se esquecer, é claro, dos outros grupos musculares.

Para a corrida, ciclismo e mountain bike os grupos musculares mais solicitados são:
  • Panturrilha (chamado de batata da perna ou barriga da perna)
  • Tibiais anteriores (musculatura anterior da perna, chamada musculatura da
    canela)
  • Quadríceps (musculatura da parte anterior da coxa)
  • Ísquios tibiais (musculatura da parte posterior da coxa)
  • Adutores de coxa (musculatura localizada na parte medial da coxa)
  • Abdutores de coxa (musculatura localizada na parte lateral da coxa)
  • Glúteo (o bumbum)
  • Região Lombar (parte baixa da coluna)
  • Região Cervical (parte alta da coluna)
  • Região Torácica (parte média da coluna)
Ao iniciar o treino, você deverá fazer novamente um aquecimento, desta vez pensando na preparação do treino propriamente dito. Aumente gradualmente a intensidade do exercício até chegar ao nível proposto pelo seu treinador.

Em relação ao alongamento depois da atividade física, ele é fundamental para relaxar a musculatura, diminuindo seu tônus e auxiliando na recuperação pós-treino. O alongamento após a atividade física deverá ser diferente dependendo do tipo de treino realizado, se treino aeróbio ou anaeróbio. Após o treino aeróbio, os exercícios de alongamento podem ser feitos imediatamente, pois a contração muscular desse tipo de treino geralmente é baixa.

Já após o treino anaeróbio, os exercícios de alongamento devem ser realizados depois de um período de 15 a 20 minutos. A contração muscular geralmente é muito grande nesse tipo de treino, aumentando seu tônus. Então nesse período a musculatura relaxa, voltando ao seu tônus natural.

Dr. Daniel D´Attilio
Fisioterapeuta

 
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